segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Frei Betto critica movimentos sociais

Arquivo

Para Frei Betto,
reformas agrária,
tributária e política
não avançaram
por culpa dos
movimentos sociais

Diferente dos anos interiores, governo Lula é "poupado" no 6º Encontro de Fé e Política

No 6º Encontro de Fé e Política, que reuniu durante o fim de semana em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense) cerca de cinco mil militantes de movimentos sociais ligados às igrejas cristãs, Frei Betto, ex-assessor do governo Lula, responsabilizou os próprios militantes sociais pela não realização das reformas agrária, política e tributária no País. Ele criticou também a forma como se está discutindo a sucessão de Lula: "começaram a discutir a campanha presidencial de 2010 e não ouvi ninguém falar qual a pauta do programa para 2010. Está todo dia discutindo nome para candidato".

No 6º Encontro, cujo tema foi "Pelos Caminhos da América Latina, uma nova terra", o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi bastante poupado. Ao contrário dos anos anteriores, quando foram feitas críticas ao governo, desta vez surgiram até elogios a algumas de suas políticas.

Apesar disto, a mensagem de Lula distribuída aos participantes não foi lida pelo secretário da Presidência, Gilberto Carvalho, único membro do governo presente. Ele só se manifestou publicamente na condição de participante da coordenação do movimento.

Frei Betto e o teólogo Leonardo Boff destacaram a política externa do governo Lula. Boff elogiou a formação do bloco Brasil, Índia e África do Sul como forma de se impor junto aos demais fóruns mundiais. Lembrou que o fortalecimento do Mercosul impediu a aprovação da Alca porque os americanos "sentiram a oposição especialmente articulada a partir do Brasil".

Para Boff está surgindo na América Latina uma democracia com "uma qualidade diferente, uma democracia participativa, de cunho popular". Ele destacou que isto acontece por causa dos novos governos que "vêm de grupos das bases, dos movimentos sociais, de resistências, de busca de um novo Brasil, de um novo continente, de um novo mundo". Segundo a sua análise, estes governos adotam políticas sociais que "estão diminuindo a desigualdade, ampliando a base para uma nova democracia de cunho popular e participativa".

Fonte: Tribuna da Imprensa Online

http://www.tribuna.inf.br/noticia.asp?noticia=politica06